O inefável comendador Borges

  Há jornais que se lêem muito bem no barbeiro ou na sala de espera do dentista. O “Diário de Viseu” de 27 de Janeiro último veio-me às mãos num desses interlúdios longos de espera… E em boa hora tal sucedeu, pois fiquei muito satisfeito ao ler a notícia de que em epístola enviada aos […]

  • 16:55 | Sábado, 30 de Janeiro de 2016
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Há jornais que se lêem muito bem no barbeiro ou na sala de espera do dentista. O “Diário de Viseu” de 27 de Janeiro último veio-me às mãos num desses interlúdios longos de espera…
E em boa hora tal sucedeu, pois fiquei muito satisfeito ao ler a notícia de que em epístola enviada aos militantes socialistas do distrito de Viseu, o grande líder e comendador Leitão Borges, presidente da Federação, deputado da Nação e etc., se declarou com “élan” e força anímica para se recandidatar a um segundo mandato à frente das hostes rosa distritais, após ter sentido um “sentimento muito positivo relativamente ao trabalho feito e à expectativa do que ainda poderia fazer.” Ele teve um sonho, como MLKing… não teve foi tempo.
Claro está que os socialistas de Viseu são distraídos e um bocadinho ingratos, senão já estariam a manifestar a sua satisfação com uma arruada no Rossio, outra junto à escadaria dos Remédios e outra à beira Douro. Mas não só, deveriam manifestar publicamente essa imensa satisfação em abaixo-assinados, por todas as redes sociais e até, televisões e rádios locais. É quase caso para invocar: “Por bem fazer mal haver.”
Esta auto-avaliação feita pelo comendador-deputado deve ter sido muito criteriosamente ponderada e apreciada em função das novas tabelas vigentes na EU e… apenas após ter humildemente percebido congregar todos os requisitos não para uma recandidatura mas, pelo menos, para mais cinco…
O deputado-comendador foi mais longe e juntou à sensata e lúcida ejaculatória:
“Como sempre aconteceu, a candidatura é a vontade de unir, estar próximo dos militantes do PS e dos cidadãos em geral.”
E aqui se aprofundou sem quaisquer possíveis dúvidas que há perdurabilidade neste espírito de missão, que não é de hoje nem de ontem, antes o sendo desde “sempre”.
Mas entendeu-se mais nesta “proferição”. Entendeu-se que há união, percebeu-se que existe proximidade, os dois vectores nucleares do programa do presidente-comendador-deputado. Unidos estão os militantes de Resende, de Cinfães, de Lamego e de Santa Comba Dão, que são sua segunda pele. Próximos estão alguns dos militantes de Viseu que, sem buscarem as luzes da ribalta, antes discretamente na sombria alameda dos humildes, por devoção e por união lutam pela nobreza quase evangélica e jesuítica de sua missão. Quatro concelhos já estão unidos. Faltam apenas vinte. A uma média de quatro por mandato lá estão as cinco recandidaturas supra referidas.
Mas vai mais longe, com a sua conhecida loquacidade, eloquência e retórica de fino vieiriano recorte ao reiterar que “com o novo governo, liderado por António Costa se abre uma nova esperança.”
Ficámos rendidos e entendemos a sua profícua capacidade de discernir e separar o trigo do jóio, pois em escassos quatro meses de proximidade com o secretário-geral, lobrigou-lhe todas as qualidades que apenas julgara possível existirem em António José Seguro.
União, proximidade, positividade, esperança, coesão e coerência… o Engº António Leitão Borges é o “avenir rosé” do território. Estejamos pois atentos e sigamos com atenção o percurso deste empenhado duriense. Ele viu a luz…

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