Como já está redito ontem Viseu entupiu.
É por demais evidente que a CMV conhece exaustivamente as suas fraquezas nesta matéria. E decerto, com o competente corpo técnico que detém, não faltarão estudos para obviar a estas situações, nem tão pouco propostas activas de profilaxia da inundação.
Porém, na verdade, este executivo camarário que anda sempre por aí a deitar camadas de alcatrão nos locais mais visíveis e onde mais adrega a festarola, ciclismo incluído, não investe naquilo que é fundamental mas invisível. Ou seja, o escoamento das águas pluviais carece de urgente intervenção. Mas como custa dinheiro e não se vê como as florinhas das rotundas, logo não se faz.
É já triste apanágio desta “gente” a obsessiva preocupação com o mediatizável, com o protagonismo, com o parecer em detrimento do ser. Em consequência, não se fazem as intervenções obrigatórias a nível das infra estruturas carenciadas e detectadas como factor iminente de risco.
E já nem precisamos de ir tão longe quanto a previsão científica que permite, através dos satélites que perscrutam as variações da gravidade à superfície da Terra dar o alarme de inundações com vários meses de antecipação. Esta situação é para a previsão de cataclismos e não de entupimentos urbanos tipo Viseu, e permite saber que as mais ínfimas variações da gravidade indicam claramente a quantidade de humidade latente à superfície da Terra, permitindo ainda, por alargamento, descodificar a reacção de uma bacia fluvial em caso de intensa precipitação, pois, mais seco sendo o solo, mais pode absorver e conservar a água. Pelo contrário, quanto mais saturado está mais rapidamente vai escoar as águas para a bacia fluvial mais próxima, aí fazendo subir aceleradamente o nível das águas.
Mas isto é para o Douro, para o Mondego, para o Tejo e para as consequências sofridas no Porto, em Coimbra, em Lisboa, nas suas respectivas bacias hidrográficas… não é para o nosso bonacheirão e desprezado Pavia.
Nota: A imagem ainda não tem nada a ver com Viseu…