Os partidos políticos têm pouca consideração pelos eleitores. Diria mais, têm-nos em muita baixa conta.
Só isso explicaria o constante destrato que lhes concedem. É que além de fazerem deles parvos, semi-analfabetos, inconscientes, taralhoucos e desmemoriados, ainda fazem deles ingénuos, cândidos e bem-avontadados.
Vamos lá a ver… Os partidos políticos – essência e um dos fundamentos da Democracia – têm vindo a tornar-se num alcoite de xico-espertos, desempregados profissionais, gentinha em geral que não tem capacidade de ganhar a vida como o comum dos cidadãos, com trabalho, rigor, competência e seriedade, perdidos os grandes tribunos de um passado próximo e substituídos por esta rapaziada muito amante do bem-bom…
E vai daí fazem da “coisa” modo de uma vida inteira e se ressalvamos todos quantos encaram e cumprem a política como missão, 80% não passam de laparotos saídos da esconsa lura (tenho que mandar fazer uma sondagem PàF-type).
Vão para o governo por democrática via… e mal por lá se apanham fazem do manguito enxada e símbolo… passando a ser os representantes não dos eleitores mas daqueles que da “sombra” mandam nos “governantes”.
Após todos os possíveis e quadrienais desmandos e despautérios, munidos de um grande balde de lata cheio de lixívia, tentam em três curtos meses dizer por palavras o oposto do que cometeram por actos, recorrendo à vil mentira, para apagar toda a malfeitoria porfiadamente cometida.
Após as promessas incumpridas que os levaram ao poder, ao fim de quatro anos, voltam a prometer o que nunca cumpriram nem intentam cumprir.
O mais grave é que há portugueses que gostam deste engano crónico, apreciam ser tratados como imbecis, esquecem quanto lhes foi roubado e desmemoriam-se – por qualquer alucinação ou ilusão óptica – de quantos nomes feios, num momento ou outro de incontido desabafo lhes chamaram.
Não é só brandura, de facto, há mais que isso e em síntese, chamar-lhe-ia, por mero eufemismo, “gostarem de ser traídos”, numa escandalosa patologia com muitos laivos de masoquismo…