A rábula dos debates eleitorais é mais um folhetim da agridoce telenovela “indian style” PàF/PS.
O insuficiente PSD de Coelho, tendo precisado em 2011 da calçadeira do CDS de Portas para criar a maioria geradora da governação calamitosa em curso desde então, reformalizou agora a coligação com a designada PàF.
Neste espectro, o CDS é amplamente minoritário. Assim como uma espécie mal encabada de CDU – Verdes. E porém, Coelho, para ir à TV a tércios com Costa quer a todo o custo levar consigo o apoderado Portas…
Porquê?
Quase que iríamos pensar numa absurda crise de cobardia ou medo, no epicentro de um debate, no qual, pela relação numérica – dois contra um – se estabeleceria alguma previsível vantagem para os duelistas PàF, até e porque no mais optimista dos cenários, é difícil imaginar um frente-a-frente televisivo justo, com tal lógica leonina de digladiação.
Coelho alega que são dois (e terão que andar aos pares?). Nós até já tínhamos dado conta. Um que mata e outro que esfola, mas…
… se Costa tem mostrado demasiado recato, muito conformismo, pouca agressividade, excesso de confiança, num espaço decisivo do debate muito seguido por um certo eleitorado flutuante, subirem ao ringue três pugilistas, neste estranho confronto 2-1, poderá causar consequências desastrosas para o PS. Ainda mais tendo presente a ginástica verbal-virtual de que têm dado prova os outros dois contendores, numa sistemática mistificação semântica habilidosa, elaborada, através da qual jogam tudo para encobrir a verdade dos seus actos e acções, praticads desaforadamente durante este muito longo quadriénio, tentando embrulhá-las num verniz cosmético reluzente, onde a mentira, de perna curta, carece de mentirosos aos pares para ecoar em sintonia…
Coelho é o nº 1 da coligação. Se homem honrado, não careceria da muleta do nº 2, da ama-seca ou do guarda-costas para ir à luta. Este expediente é expressivamente elucidativo da sua fibra frouxa, que tenta disfarçar com a arrogância inflexível dos autocratas de encardida moral e pesada consciência.
Em suma, esta exigência não passa da manifestação pública da sua inferioridade.